Resenha: Marina

Autor(a): Carlos Ruiz Zafón
Editora: Suma de Letras
Número de páginas: 189
Avaliação: ☆  ☆  ☆  ☆  



Neste livro, Zafón constrói um suspense envolvente em que Barcelona é a cidade-personagem, por onde o estudante de internato Óscar Drai, de 15 anos, passa todo o seu tempo livre, andando pelas ruas e se encantando com a arquitetura de seus casarões. É um desses antigos casarões aparentemente abandonados que chama a atenção de Oscar, que logo se aventura a entrar na casa. Lá dentro, o jovem se encanta com o som de uma belíssima voz e por um relógio de bolso quebrado e muito antigo. Mas ele se assusta com uma inesperada presença na sala de estar e foge, assustado, levando o relógio. Dias depois, ao retornar à casa para devolver o objeto roubado, conhece Marina, a jovem de olhos cinzentos que o leva a um cemitério, onde uma mulher coberta por um manto negro visita uma sepultura sem nome, sempre à mesma data, à mesma hora. Os dois passam então a tentar desvendar o mistério que ronda a mulher do cemitério, passando por palacetes e estufas abandonadas, lutando contra manequins vivos e se defrontando com o mesmo símbolo - uma mariposa negra - diversas vezes, nas mais aventurosas situações por entre os cantos remotos de Barcelona. Tudo isso pelos olhos de Oscar, o menino solitário que se apaixona por Marina e tudo o que a envolve, passando a conviver dia e noite com a falta de eletricidade do casarão, o amigável e doente pai da garota, Germán, o gato Kafka, e a coleção de pinturas espectrais da sala de retratos. Em Marina, o leitor é tragado para dentro de uma investigação cheia de mistérios, conhecendo, a cada capítulo, novas pistas e personagens de uma intrincada história sobre um imigrante de Praga que fez fama e fortuna em Barcelona e teve com sua bela esposa um fim trágico. Ou pelo menos é o que todos imaginam que tenha acontecido, a não ser por Oscar e Marina, que vão correr em busca da verdade - antes de saber que é ela que vai ao encontro deles, como declara um dos complexos personagens do livro.


Minha Opinião:

  Marina é o segundo livro de Zafón que leio, sendo o primeiro A Sombra do Vento (Resenha), uma história inesquecível.
   Oscar Draí é um adolescente que vive em um internado na Barcelona do século XIX. Seus momentos mais ansiados são os períodos livres dos estudos. Pausa essa que ele aproveita para perambular pela cidade. Em um desses passeios ele encontra um casarão aparentemente desabitado. Atraído por uma bela voz ele adentra na escuridão da casa. Lá ele encontra um antigo relógio de ouro, e num momento de susto. Ele leva o relógio consigo.
   Na intenção de devolver o relógio ele segue rumo novamente à aquele casarão. Mas surpreendente, a casa é habilitada. Ele conhece Marina, uma linda garota de olhos acinzentados. A amizade resplandece entre eles. Oscar vira visita frequente. 

“Marina me disse um dia que a gente só se lembra do que nunca aconteceu. Ainda ia se passar uma eternidade antes que eu pudesse compreender essas palavras.”

   Em busca de um pouco de diversão Marina e Oscar aguardam no cemitério de Sarría "A Dama de Negro". Mulher aquela que é vista somente com um véu tampando-lhe o rosto. E visita frequentemente no mesmo dia e horário, aquele túmulo sem nome, que possuí somente uma borboleta negra estampada.  Ambos seguem "A Dama de Negro" e uma história de mistério e suspense inicia-se.

“O cemitério do Sarriá é um dos lugares mais escondidos de Barcelona. Quem procura no mapa não vai achar nada. (...)– Isso está meio morto, não? Sugeri, consciente da ironia. (...)Marina me deu uma olhada que não consegui decifrar.– Está enganado. Aqui estão lembranças de centenas de pessoas, suas vidas, seus sentimentos, suas ilusões, sua ausência, os sonhos que nunca conseguiram realizar, as decepções, os enganos e os amores não correspondidos que envenenaram suas vidas... Tudo isso está preso aqui para sempre.”

   Com personagens marcantes “Marina” se faz lembrar muito tempo depois de sua leitura. Um livro denso, de trama intensa, com altas doses de terror. Gênero esse que me surpreendeu. Afinal esperava um típico suspense ao estilo Zafón. Entretanto, o terror se fez presente quando o personagem Mijail Kolvenik entra para valer na história. Este um mestre de próteses, e um tanto fixado por deformações. Há cenas descritivas que quase fizeram embrulhar meu estomago. Hahah
   Outro personagem marcante é Gérman o pai de Marina, um senhor que a tempos perdeu sua esposa para a doença, e que hoje só lhe faz viver sua jovem marina.
   Mas claro, além do claro mistério e suspense, há drama, romance, uma sincera amizade, amores puros e doentios. É intrigante a capacidade de Zafón criar um enredo de menos de 200 páginas de forma incrivelmente intensa. Com várias histórias paralelas, com muitas pontas. O final conseguiu contornar tudo e não deixar nenhuma ponta solta. O drama  final, nos faz chorar, apesar de já suspeitar do rumo da história.

Beij0s e não deixe de comentar. ;)








Comentários
3 Comentários

3 comentários:

  1. Oi Gih! Fantástica leitura não é, concordo plenamente contigo, daquelas ficam com você por muito tempo. Adorei a Resenha. Tem meme e selinhos para você lá no blog. Dá uma passadinha por lá.

    Beijos

    http://poesiasprosasealgomais.blogspot.com.br/

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  2. Esse livro é lindo demais!
    Sou suspeita em falar, mas é verdade ;)

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  3. Legal esse livro dele heim. Tenho aqui e ainda vou ler, nunca li nada dele mas parece ser bom começar por esse. Até porque já tenho mesmo, então fica mais fácil..

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