Resenha - @mor


Autor(a): Daniel Glattauer
Editora: Suma de Letras
Número de páginas: 189
Avaliação: ☆  ☆  ☆  ☆  ☆ 

Num e-mail enviado por engano, começa um relacionamento virtual que testa as convicções de Leo Leike e Emmi Rothner. Leo Leike, ainda digerindo o fracasso de seu último relacionamento, responde de forma espirituosa a duas mensagens enviadas por engano por Emmi Rothner, casada. Inicialmente, ela só queria cancelar uma assinatura de revista. Depois, inclui Leo por engano entre os destinatários de um e-mail de boas festas. Na terceira troca de e-mails, o mal-entendido dá lugar à atração mútua, reforçada pelo fato de um nunca ter visto o outro. Nada como a curiosidade instigada por frases bem encadeadas chegando a intervalos regulares numa caixa postal eletrônica para que os dois se esqueçam dos possíveis impedimentos. A cada dia, Leo e Emmi se sentem mais impelidos a marcarem um encontro. Após trocas contínuas de mensagens, está claro para ambos que o marido dela e as feridas emocionais dele não serão obstáculos para que marquem um encontro. O único obstáculo real é a insegurança de ambos quanto à transformação da fantasia em realidade. A expectativa é uma faca de dois gumes e a realidade pode não estar à altura. A tradição dos romances epistolares, compostos exclusivamente de trocas de cartas, é antiga na literatura ocidental. O primeiro livro com estas características, o espanhol Prisão de amor, de Diego de San Pedro, data de 1485. No século 18, o gênero se tornou popular, com clássicos como Ligações perigosas, de Choderlos de Laclos, Clarissa, de Samuel Richardson, e O sofrimento do jovem Werther, de Johann Wolfgang von Goethe. O austríaco Daniel Glattauer dá nova vida à tradição epistolar em @mor, primeiro de dois romances que exploram um relacionamento sustentado basicamente em trocas de e-mails. Romance de estreia de Glattauer e campeão de vendas na Alemanha e na Espanha, o livro explora, sob roupagem moderna, sentimentos familiares a amantes de todas as gerações. 


Minha Opinião:

  Tudo começa quando Emmi Rothner tenta cancelar a assinatura de uma revista chamada Like, mas ao cometer um pequeno erro de digitação o email de cancelamento vai parar na caixa de entrada de Léo Leike e a partir disso uma troca longa, divertida e interessante de diálogos via email começa entre os dois.
   A gente começa a acompanhar a vida de Léo e Emmi, o “dia-a-dia” deles que no começo são relutantes em contar detalhes sobre suas vidas, já que essas trocas de emails começaram por um engano e continuam sem um objetivo concreto, eles se tornam pessoas que conversam aleatoriamente, sem pretensão, cobranças ou julgamentos apenas uma ‘animação’ na rotina de ambos. 
   Mas com o tempo a "relação" vai amadurecendo e saber mais, conhecer melhor sobre a vida um do outro vai se tornando inevitável. Emmi é uma mulher casada, tem dois enteados e aparentemente tem uma vida boa e muito bem equilibrada – e faz questão de deixar isso claro - e Léo é um professor universitário que recentemente terminou seu relacionamento de uma forma um pouco traumática e ainda não sabe como lidar com esse fato.
   Depois de vários meses trocando emails, a vontade se conhecerem pessoalmente vai ficando mais intensa, em vários momentos eles expressam a vontade de se verem pelo menos uma vez, mas ao mesmo tempo relutam em fazer isso acontecer. Eles têm receio de que todo mistério e o desconhecido que os envolve que é o que deixa tudo mais excitante, simplesmente acabe depois de um ‘encontro real’.
   E esse mistério nos envolve completamente, eles não se conhecem e nem imaginam como é a aparência do outro e essa falta de descrição dos personagens acaba nos deixando no escuro em relação a isso. Mas no decorrer das páginas os emails foram se tornando cada vez mais reais na minha mente e em diversos momentos eu me pegava imaginando a aparência, a voz e eles foram se moldando na minha cabeça sem esforço e isso tornava os diálogos cada vez mais detalhado e forte, cada vez mais real para mim. Adorei isso!
   Em outros momentos eu já ficava com o coração na mão, Emmi e Leo trocam email por mais de um ano e é claro que começam a se perguntarem e questionar o outro sobre que tipo de relação é essa, eles começam a pensar realmente até onde isso vai chegar se vale a pena continuar ou se é melhor dá um fim nesse ‘relacionamento’. Em vários momentos eles decidem se afastar e voltar cada um para seu mundo real, mas acabavam não aguentando e voltavam a escrever. Eu particularmente me irritava muito com a Emmi, pois ela me parecia muito egoísta em alguns momentos, como se tudo tivesse que ser dela, mas em outros poucos até a compreendia e o Léo se mostra bem mais seguro - digamos assim - sabendo lidar melhor com a "relação" deles e não me irritou tanto. haha'
   A forma que o autor escolheu pra contar essa história não é muito tradicional, não temos exatamente uma história narrada em primeira ou terceira pessoa, o livro é todo composto pelas trocas de emails entre Emmi e Léo e essa é toda visão que temos da história.
Não estranhei o jeito que Glattauer escolheu para escrever esse romance, li um livro que tem um contexto parecido, A Vida na Porta da Geladeira onde a história é contada através de bilhetes grudados na porta da geladeira e pode parecer estranho, mas a leitura flui muito bem. No fim do livro quase chorei e só me acalmei quando vi o "Continua" no fim da página, então na quinta eu posto a resenha da continuação dessa história, A Sétima Ond@.
Recomendo o @mor! (:

“Para mim, você é como uma segunda voz dentro de mim, que me acompanha durante o dia a dia. Você fez do meu monólogo interior um diálogo. Você enriquece minha vida interior. Você questiona, insiste, satiriza, você entra em conflito comigo. Eu lhe agradeço tanto por seu humor, seu charme, por sua vivacidade e, sim, até mesmo por suas “vilezas.” ~ @mor.

Beijos ♥
Livs (:





Comentários
4 Comentários

4 comentários:

  1. Michelle Boyd25/02/2013, 09:06

    Deve ser bem fofo né! Eu adoro quando o livro tem esse ''acréscimo'' de email, e tô louca pra ler um todo assim! Já me identifiquei com ele, sei que vou gostar o/. Adorei teu ponto de vista sobre o livro!

    Michelle Boyd

    The Little Things

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  2. Parece interessante essa temática usada.
    Ainda não li nenhum livro assim, fiquei curiosa.

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  3. Matheus Francisco28/02/2013, 21:51

    Eu amei esse livro! É muito, muito, muito bom mesmo.

    Te indiquei pra uma tag + selinho no meu blog
    http://a-song-of-fire.blogspot.com.br/2013/02/selinho-tag.html

    ;)
    Beijos

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  4. Eita livro esquisito esse, muito doido. Gostei mas fiquei querendo mais. Muito diferente, só que a história podia dar uma guinada né...sair do email (nem que fosse um capítulo só) seria uma boa...

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